28/11/2009

Tradução do The Beatrice Letters, Carta nº 8

BEATRICE BAUDELAIRE

A

Véspera do Dia da Vitória
Caro Sr.,

     Escrevo para maiores informações sobre o problema que discutimos previamente este ano. Estou na minha Aula de Escrita de Cartas de Negócios, que é ensinada por um homem de pé chato tão triste e “sem-noção” que ele certamente me dará um A neste trabalho sem ler nada, a não ser a primeira frase de cada parágrafo. Eu poderia dizer qualquer coisa aqui. Por exemplo: “Baticeer” é uma pessoa que treina morcegos. Aprendi isso em um poema que vi você ler.
     Após cuidadosa consideração, estou feliz em anexar a seguinte informação. Era eu, batendo a na porta do seu escritório ontem à noite. Eu sei que você estava lá, porque lhe segui da biblioteca, onde você ficou por quase uma hora observando uma caixa de vidro que continha velhos documentos que estavam sendo exibidos na exposição “Poesia Teatral: Sonetos por Atores e Atrizes”. Depois, você sentou em um banco no parque, examinando um anel colocado numa superfície de madeira por alguém, cuidadoso como se fosse de vidro, antes de passear pelas margens de um lago próximo, antes de repentinamente fazer uma corrida louca até o Doldrum Drive, onde um ônibus estava quase saindo. Você pegou o ônibus, enquanto eu parava um carro para te seguir pelas ruas cansativas do bairro entediante no qual o seu deprimente edifício se encontra. Enquanto eu tentava forçar a fechadura da porta da frente, você já estava muitos andares acima de mim, mas eu pude ouvir você respirando por causa da subida assim que alcancei sua porta. Porque você não respondeu? Porque você não responde nenhuma das minhas perguntas? Eu preciso ter pelo menos 12 delas respondidas.
     Enfim, por favor não hesite em me contatar o quão cedo for conveniente para o senhor. Uma única carta pode mudar tudo. Os três Baudelaires podem ter ido há muito tempo, mas há uma quarta Baudelaire aqui, esperando que você possa desatar o “Meu Nó Silencioso” e me ajudar a encontrar o fim de uma história que começou com você – na mesma sala onde estou agora, prestes a entregar esta carta ao meu instrutor de escrita de cartas de negócios para que ele possa dar a nota e colocá-la no correio.

Sua, em negócios,
Beatrice Baudelaire.

Se não há nada lá fora, o que foi aquele Barulho?

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