23/12/2009

Tradução do The Beatrice Letters, Carta nº 12

BEATRICE BAUDELAIRE
Baticeer Extraordinária
Edifício Retórico, 14º andar

Horário do coquetel

Desculpe-me por lhe deixar envergonhado na frente dos seus amigos. Eu só queria falar com você. O garçom concordou em trazer este cartão junto com a sua bebida. Se não quiser me encontrar, rasgue isto  quando terminar sua root beer float. Eu partirei, e nunca mais tentarei lhe contatar novamente. Mas, se você quiser me conhecer, sou a garota de dez anos no canto da mesa.

B.


Nota: Esta ilustração não tem no livro, achei na internet.

Tradução do The Beatrice Letters, carta nº 11


Telegrama Noturno
RECEBIDO DE: LS PARA BB

NÃO ENTREGAR: FIM DE VERÃO

QURIDA SENHORA BAUDELAIRE,

  NÃO TENHO COMO SABER SE ESTE TELEGRAMA CHEGARÁ ATÉ VOCÊ, POIS A DISTÂNCIA ENTRE NÓS É MUITO GRANDE E DIFICULTOSA PONTO ESTE TELEGRAMA TEM QUE VIAJAR POR FIOS QUE PODEM SER CORTADOS, QUEIMADOS, ENFERRUJADOS, SUBMERGIDOS, OU CASO CONTRÁRIO SABOTADOS -- TÃO CORTADO, ENFERRUJADO, SUBMERGIDO, OU CASO CONTRÁRIO SABOTADO QUANTO O MUNDO EM QUE VIVEMOS PONTO
  ENTENDO QUE VOCÊ E SEU MARIDO ESTÃO VIVOS, E RUMORES DE SUA GRAVIDEZ CHEGARAM ATÉ MIM PONTO EU ESPERO QUE VOCÊ TENHA UMA BEBÊ SAUDÁVEL --     UMA MENINA COM TODA A SUA INTELIGÊNCIA, CHARME, DESENVOLTURA E BELAS FEIÇÕES, QUE PASSARÁ ALGUNS DIAS E HORAS FELIZES SÓ COM ALGUÉM QUE ELA AMA, ENCIMA DE MONTANHAS ONDE AS PESSOAS DE IMAGINAÇÃO E INTELIGÊNCIA AINDA PODEM SE JUNTAR, DA MESMA MANEIRA COMO NÓS FIZEMOS MUITO TEMPO ATRÁS PONTO SE NÃO, EU ESPERO QUE VOCÊ TENHA UM BEBÊ SAUDÁVEL, OU TALVEZ GÊMEOS PONTO
  PERDOE-ME POR LHE CONTATAR UMA ULTIMA VEZ PONTO AFINAL DE CONTAS,  SEI COMO ISTO É PERIGOSO NESTES ANOS, MAS HÁ ALGO QUE VOCÊ TEM QUE SABER PONTO É ALGO TÃO PERIGOSO QUE EU ESTOU BATENDO O CÓDIGO MORSE NESTE DISPOSITIVO TELÉGRAFO O MAIS FORTE QUE POSSO, ASSIM A MENSAGEM SERÁ IMPRESSA EM TAMANHO GRANDE PONTO EU SÓ POSSO REZAR PARA QUE O TAMANHO DA MENSAGEM NÃO QUEBRE O DISPOSITIVO E PARE A TRANSMISSÃO PONTO EU SÓ POSSO ESPERAR PELO MELHOR, DA MESMA MANEIRA COMO VOCÊ ESPEROU, TANTOS ANOS ATRÁS, PARA UM MORCEGO OBEDECER SUAS ORDENS PONTO
  A MENSAGEM É COMO SEGUE:
UM

14/12/2009

Tradução do The Beatrice Letters, Carta nº 10

BEATRICE BAUDELAIRE

Na metade do caminho, apesar dos dias de temor
Querido senhor,

     Se você está em seu escritório --- e tenho esperança que esteja, porque posso ouvir alguém abaixo de mim pelo rangido do assoalho--- poderia simplesmente passar pela porta, atravessar o corredor rumo à escadaria a leste, subir depressa os degraus, atravessar o outro corredor e bater diretamente na porta do escritório acima do seu. Me encontrarias aqui, datilografando em minha máquina de escrever. Mas você não vem.
     Em primeiro lugar, você não tem um bom senso de direção e não poderá saber em que ponto é o leste. Segundo, você claramente não quer falar comigo.
Violet me falou uma vez que eu salvei a vida dela, e Klaus reivindicou que sem mim ele teria perecido em desespero depois da destruição do Hotel Desenlace. Até mesmo Sunny disse que não poderia ter sobrevivido sem mim. Mas não preciso lhe falar o quão valentes e diligentes, o quão leais e lidas são essas três pessoas. É que eu estaria perdida sem eles. Sem o trabalho de emergência de Violet, eu nunca teria achado um modo de ir até a cidade procurar por você. Sem as anotações de Klaus quando eu estava escalando a montanha, eu nunca teria deixado a cidade para procurar por você novamente. Sem o extenso conhecimento culinário de Sunny de fazer bolinhos de flores silvestres e ervas daninhas, eu nunca teria encontrado a força para retornar mais uma vez, primeiro por iaque, então a pé, e depois de iaque e a pé, dando voltas atrás da cidade na esperança de finalmente conhecê-lo cara-a-cara. E sem as histórias que os três irmãos me contaram sobre suas dificuldades --- as quais, em alguns casos, diferem bastante dos seus  relatos --- eu nunca teria achado a escola de secretários, onde escrevi a minha carta anterior a você. Aquilo não é uma escola de secretários, é claro --- não realmente --- mas tive que me sentar por aquela carta empresarial tediosa que escrevi na classe para eles acreditarem no nome que eu dei ao vice diretor em minha chegada.
    Sem Violet, Klaus e Sunny eu nunca teria continuado meus estudos com os poucos voluntários que restaram, e me tornado a baticeer que sou hoje. Devo a minha vida a eles, e agora nós estamos separados, e não descansarei até os achar novamente.
     Eu me estabeleci aqui, no escritório acima do seu. Em alguns momentos perfurei um pequeno buraco no chão com a ferramenta de metal pontiaguda que minha última instrutora me deu, antes que ela mesma tivesse que ir para as colinas à procura de outros órfãos e escapar de outros inimigos. Você mesmo deve ter um item semelhante --- na verdade todos nós, esperançosamente, ganhamos um ou dois itens úteis antes que nossos instrutores desapareçam e nos deixem sozinhos no mundo. Vou colocar este pedaço de papel em um tubo minúsculo e deixar que ele caia de minhas mãos pelo buraco. De acordo com meus cálculos, ele deve passar fora das lâminas do ventilador de teto e se abrir no ar, caindo suavemente sobre a superfície da sua escrivaninha como um morcego depois de uma longa noite de caçadas.
     Por favor me contate a qualquer hora, dia ou noite, de preferência de dia. Não posso imaginar porque alguém tão nobre quanto você --- assumindo, mais uma vez, que você é o homem que eu penso que é --- não conheça alguém que quer tanto falar com você. Por favor senhor, eu lhe imploro que simplesmente passe pela porta, atravesse o corredor rumo à escadaria a leste, suba depressa os degraus e bata diretamente na porta do escritório acima do seu, e desate o "My silence knot" (meu nó silencioso).

Beatrice Baudelaire.

A Ferramenta de Metal

12/12/2009

Tradução do The Beatrice Letters, carta nº 9

Peço desculpas a você, S., por ter demorado de traduzir esta carta. Mas ela é enorme e tediosa, o que além de contribuir para a demora contribuiu para uma soneca com o dicionário como travesseiro. Talvez M. queira entrar na nossa sociedade. O convite já foi entregue.
Abraços,
V.


Ao anoitecer

Minha queridíssima,

Recebi todas as 200 páginas do seu livro que explica porque você não pode se casar comigo, e dei tantas sementes quanto os pombos-correios puderam comer. E lavei suas penas com meu dedos trêmulos, e seus bicos com minhas lágrimas. Tive que ler o livro três vezes e meia antes de poder desatar “Meu Nó Silencioso” e te escrever.

Anexado há um cacho de cabelo, o qual estou te devolvendo, assim como você devolveu o item que coloquei em seu dedo naquela noite, enquanto os garçons colocavam as cadeiras em cima das mesas para sinalizar que o café estava fechado, e esperavam impacientemente que nós terminássemos nossa última porção de fermento comprimido, açúcar, sassafras, hops, fruto de junípero, raiz de dente-de-leão, wintergreen (uma fruta, mas que não achei tradução), água gaseificada e sorvete de baunilha. A carta de 200 páginas partiu meu coração, mas este ficou completamente arrasado assim que vi o anel. Você tem consciência de que este anel pertenceu a querida falecida mãe de R.? Você deveria ter reconhecido o “R” gravado no centro. Eu estou certo de que ela teria gostado que você ficasse com ele, mesmo que o seu interesse em se casar comigo tenha mudado, graças ao nosso colega Co...

Não vou manchar esta carta com o nome dele. A mais brilhante das estrelas é incapaz de brilhar através de uma nuvem de fumaça preta, e O. é a nuvem mais preta que já vi em nosso céu. Um dia, o mundo saberá de sua traição e seus enganos, de seus crimes e sua higiene, mas isso está muito longe para nós. Anel, cabelo, cartas, fotografias – todos os traços do nosso amor serão espalhados, como um dos anagramas de uma das nossas lições de códigos.

Resumidamente, tentarei responder as treze perguntas que você me fez na pág. 189. Após ler seu livro, eu entendi porque não podes viver comigo. Espero que após ler as respostas a seguir você possa entender porque não posso viver sem você.

Pergunta Um: Não.
Pergunta Dois: Claro que lembro. Você entrou naquela sala enorme de madeira verde. Estava adiantada para a nossa primeira aula, assim como eu. Sempre achei, antes mesmo de me ser ensinado, que ser pontual é um dos sinais de uma pessoa nobre, e te envergonhei dizendo isso na frente de R., de B. e dos outros.
Pergunta Três: Absolutamente não.
Pergunta Quatro: Não, acho que não. Me lembro da performance, é claro, e da sua fantasia esplêndida, e do palito de fósforo que você colocou no chão. Lembro-me da discussão que tive com Eleanora Poe na manhã seguinte, quando eu estava mais de uma hora atrasado para fazer minha resenha teatral, mas não me lembro de nada sobre a programação teatral. Se eu recebi uma programação, não me lembro de ver um poema. Se eu vi um poema, não me lembro de tê-lo lido e, se eu o li, não me lembro de tê-lo relido. E se o reli, não me lembro de ter me confundido ou continuado a me confundir. Resumindo, estou confuso.
Pergunta Cinco: Três Crianças.
Pergunta Seis: “Um homem que mora nas montanhas.”
Pergunta Sete: “Um homem ou uma mulher que treina morcegos.”
Pergunta Oito: “A mistura de letras em uma palavra, nome ou frase que forma uma nova palavra ou frase.”
Pergunta Nove: Sempre. Continuamente. Com crescente apreensão, ou decrescente esperança. Te amarei desconsiderando os atos de nossos inimigos e a desconfiança dos atores. Te amarei desconsiderando a revolta de alguns pais e o tédio de certos amigos. Te amarei não importa o que é servido nos cafés do mundo, ou que jogo é jogado em todo e qualquer intervalo. Te amarei não importa o número de treinamentos de incêndios que teremos que suportar, e desconsiderando o que estiver desenhado em giz no quadro negro. Te amarei não importa o número de erros cometidos por mim enquanto tento simplificar frações matemáticas, e sem me importar com o quão difícil é decorar a tabela periódica. Te amarei não importa qual era a combinação de sua caixa, e como você decidiu gastar seu tempo durante o intervalo das aulas. Te amarei não importa o desempenho do time de futebol no torneio, ou quantas manchas eu tenha recebido no meu uniforme de líder de torcida. Te amarei se eu nunca mais te ver, e te amarei se eu te ver todas as terças. Te amarei se você cortar seu cabelo, e te amarei se você cortar o cabelo dos outros. Te amarei se você abandonar seu “baticeering”, e te amarei se você se aposentar do teatro para ter alguma outra ocupação menos perigosa. Eu te amarei se você deixar sua capa de chuva cair no chão ao invés de pendurá-la, e te amarei se você trair seu pai. Vou te amar até mesmo se você falar que a poesia de Edgar Guest é a melhor do mundo, e mesmo que você fale que o trabalho de Zilpha Katley Snyder é incrivelmente tedioso. Vou te amar se você abandonar o theremin (Theremin é um instrumento musical que não precisa de contato manual para produzir música) e escolher a gaita, e te amarei se você doar seus micos ao zoológico e suas rãs-árvore para M. Eu te amarei como a estrela-do-mar ama o recife de corais, e como as trepadeiras amam as árvores, até mesmo se os oceanos virarem poeira e as árvores caírem na floresta sem que ninguém as ouça. Te amarei como o molho pesto ama o macarrão fetuccini, como a raiz de cavalo ama a província do Miyagi, como a Tempura ama o Ikura e o queijo Pepperoni ama a pizza. Te amarei como o manati (ou peixe boi) ama a cabeça da alface e como as manchas escuras amam os leopardos, como as sanguessugas amam o tornozelo de uma ave perneta e como um cadáver ama o bico do urubu. Te amarei como o médico ama seu paciente mais grave, e como um lago ama os nadadores sedentos. Te amarei como a barba ama o queixo, e as migalhas amam a barba, e o guardanapo umedecido ama as migalhas, e os documentos preciosos amam a umidade, e o olho piscante do leitor ama a impressão manchada do documento, e as lágrimas de tristeza amam o olho a piscar, fazendo o leitor interpretar mal o que está escrito. Te amarei como o iceberg ama o navio, e os passageiros amam o bote salva-vidas, e o bote salva-vidas ama os dentes da baleia, e a baleia ama o sabor dos uniformes navais. Te amarei como uma criança ama ouvir a conversa dos seus pais, e os pais amam o som de suas próprias vozes discutindo, e como a caneta ama escrever todas as palavras destas vozes em um caderno. Eu te amarei como uma telha ama cair de uma casa num dia de ventania e golpear o queixo de uma pessoa irritante, e como um forno ama dar defeito enquanto está assando um peru. Te amarei como um avião ama cair do céu azul claro e como uma escada rolante ama emaranhar lenços caros em seus mecanismos. Te amarei como a toalha de papel molhada ama ser amassada em uma bola e lançada em um teto de banheiro, e  como uma borracha ama deixar pó no penteado de pessoas que falam muito. Te amarei como uma abotoadura ama cair de sua camisa e explorar a festa por si só e como um par de luvas brancas ama passar despercebido delicadamente sobre o ponche. Te amarei como um táxi ama a lama e como uma biblioteca ama o tic-tac paciente de um relógio. Te amarei como um ladrão ama uma galeria, e como um corvo ama um assassinato, como uma nuvem ama morcegos e uma cadeia ama montanhas. Te amarei como a desgraça ama os órfãos, como o fogo ama os inocentes e como a justiça ama sentar e assistir enquanto tudo vai mal. Te amarei como um campo de batalha ama homens jovens, e como a menta ama sua alergia, e te amarei como a casca de banana ama o sapato de um homem que acaba de ser golpeado por uma telha que cai de uma casa. Te amarei como uma Corporação pelo Salvamento das Chamas ama entrar às pressas em edifícios em chamas, e como os edifícios em chamas amam persegui-los afora, e como o paraquedas ama deixar um balão, e como o operador de balões ama persegui-lo logo após. Te amarei como um punhal ama uma pessoa por trás, e como um certo empregado de um estabelecimento de limpeza a seco ama ficar acordado até tarde com um par de binóculos, vigiando uma fábrica de punhais na esperança de pegar um assaltante, e como uma assaltante ama se mover furtivamente atrás de pessoas com binóculos, enquanto se dá conta de repente que deixou o punhal dela em casa. Eu te amarei como uma gaveta ama um compartimento secreto, e um compartimento secreto ama um segredo, e como um segredo ama fazer uma pessoa ofegar, e como uma pessoa ofegante ama um copo de conhaque para acalmar os nervos, e como um copo de conhaque ama se quebrar no chão, e como o barulho de um copo a quebrar ama fazer outra pessoa ofegar, e como outra pessoa ofegando ama uma escrivaninha por perto para se apoiar, e apoiando-se na escrivaninha aperta uma alavanca que ama abrir uma gaveta que revela um compartimento secreto. Te amarei até que todo compartimento semelhante seja descoberto e aberto, e até todos os segredos ofegarem o mundo. Te amarei até que todos os códigos e corações estejam quebrados e até que todos os anagramas sejam ordenados. Te amarei até que todo incêndio seja extinguido e até que toda casa seja reconstruída mais bela e cheia de bosques, e até que todo criminoso seja algemado pelo policial mais preguiçoso. Te amarei até que M. comece a odiar cobras e J. comece a detestar gramática, e te amarei até que C. perceba que S. não é merecedor do seu amor e N. perceba que ele não merece V. Eu te amarei até que os passarinhos odeiem os ninhos, e as lagartas odeiem a maçã, e até que a maçã odeie a árvore e a árvore odeie o ninho, e até que o pássaro odeie a árvore e a maçã odeie o ninho, embora eu não posso imaginar que a última ocorra, não importa de que maneira eu tente. Te amarei à medida que nós envelhecermos, o que há pouco aconteceu, e aconteceu novamente, e aconteceu vários dias atrás, continuamente, e vários anos antes disso, e continuará acontecendo enquanto os ponteiros dos relógios girarem e as páginas dos calendários marcarem a passagem do tempo, exceto os relógios que as pessoas têm perdido e os calendários que as pessoas esqueceram de colocar um uma área visível. Te amarei à medida que nós nos acharmos cada vez mais e mais longe um do outro. Te amarei até que as chances de nos colidirmos um com o outro passe de poucas para zero, e até que sua face enevoada se distancie da minha memória. Te amarei não importa onde você for e quem você vê, não importa os lugares que você evita e quem você não vê, e não importa quem lhe vê evitando os lugares. Te amarei não importa o que lhe acontece, e não importa como descubro o que acontece a você, nem o que acontece a mim quando descubro, e nem como sou descoberto depois que o que acontece a mim acontecer a mim quando estou descobrindo o que acontece a você. Te amarei se você não se casar comigo. Te amarei se você casar com outra pessoa: seu coadjuvante, talvez, ou Y., ou até mesmo O., ou algum Z. por causa de A., ou mesmo R. --- embora eu acredite que isto será algum tempo antes de ser permitido o casamento entre duas mulheres--- e  te amarei se você tiver uma criança, e se você tiver duas crianças, ou três, ou até mais, embora eu pessoalmente pense que três é o bastante, e te amarei se você nunca se casar e nunca tiver uma criança, e passar seus anos desejando ter se casado comigo afinal de contas, e eu tenho que dizer que eu prefiro este enredo que todos os outros que mencionei. Que, Beatrice, é como eu te amarei até mesmo quando o mundo for caminhando para o mal.
Pergunta dez: Não.
Pergunta onze: Tudo. A carta pode estar codificada e uma palavra pode estar codificada. A performance teatral pode estar codificada, e há tempos que parece que o mundo inteiro está em código. Alguns acreditam que o mundo pode ser decodificado lendo um jornal. Mas no meu caso, a única coisa que fazia sentido no mundo era você, e sem você o mundo parecerá tão falsificado e trágico quanto uma máquina de escrever com defeito9.
Pergunta doze: veja a resposta da questão cinco. Kit, Jacques e eu.
Pergunta treze: "Sinto muito, eu não posso responder esta pergunta". Sinto sua falta. Quem sabe quando verei você?
P.S.: Você está certa de que seu coadjuvante é mesmo um de nós?
Lemony Snicket

O Cacho de Cabelo

Nota1: A mensagem do P.S. estava em código Sebald, mas pelos motivos de que já lhe falei (ring em inglês pode significar tanto anel como o toque de um sino, e na carta significava os dois) não pude deixar a carta em código.
Nota2: a palavra defeito9 estava no livro com o nove mesmo. Não foi um erro. Da mesma maneira, a resposta da questão treze estava realmente em aspas.

Se não há nada lá fora, o que foi aquele Barulho?

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